quarta-feira, 9 de março de 2011

Por que não?

Porque já foi embora.
Porque ainda é cedo.
Porque me recordo
Que não te conheço
Eu sempre demoro
Ou quase escureço.
Na vergonha da aurora
Tem meio tropeço.
Porque é meio-dia.
Pela minha frescura.
Por tua rebeldia.
Porque é sem cura
Essa minha agonia
De ser sempre pura.
Porque és anônimo.
Porque sou sem você.
Porque és antagônico
Ou por não merecer.
Nem hoje, nem ontem.
Mas talvez amanhã.
Só me diga seu nome.
Pra saber quem consome
Minha dúvida vã.

[Aline Sampin

domingo, 6 de março de 2011

Só por estar, e só

Não tenho nada pra me distrair
Não quero nada
Não me tenho
Se quer.

Estou em repouso aqui e ali
Minha pele parda
Meu empenho
Mulher

Solta no acaso que se repete
No olhar escasso
Corda bamba
Amor.

Por tua conduta que me repele
Não sou teu caso
Coisa branda
Favor.

Colido com minhas vontades
Toda vez que caio
Num desmaio
Perco.

Já são poucas as vaidades
Nada deixou, lacaio
Não te traio
Esqueço.

[Aline Sampin