segunda-feira, 16 de abril de 2007

Prazer


Um acaso de bocas que se encontram.
Principio de um desentendimento.
Um particular a dois
Afastamento do resto do mundo Sensorial,
Sem sentido de ser.

Dentes se esbarram num sorriso
Duradouro por crescer.
Motivo sincero para um abraço
E mãos que começam a descer
Por um caminho desconhecido,
Ou ao menos por esse ponto de vista.
De dois corpos que já não vestem mais nada.
De dois copos, de dois sopros de vida.
De berros uníssonos, suspiros, ar.

Contrações simétricas do par,
Que contam o que a boca não pode falar.
Não pode gemer e já não pode gritar.
Já não se permitem amar longe.

[Aline Sampin