quinta-feira, 13 de julho de 2006

Perfil Contraditório

Hoje eu viro a cara,
Não pro mundo
porque eu vivo nele.
Viro a cara pra realidade
Que espanca, que invade.
Formas paradigmáticas inexatas,
invadem os sonhos dos normais,
e fazem sangrar nossa civilidade.
A sociedade está infectada por seres psicopatas, filhos de mães encabuladas, herdeiros de pais etnocentristas, logocentristas, sociopatas...
Mas eu vivo, eu sobrevivo.
Permanecerei nesse estado lateral, enquanto houver recursos para tal. Perdão pelas palavras fortes, só o gesto diria por si. Mas resolvi me contradizer... só por hoje.

[Aline Sampin

Infância de Joana


Suspensa por um balanço
Joana permanece
Durante o dia,quando anoitece,
Durante toda vida.
Essa mesma que lhe entristece.
Joana não quer comer.
Nem comida, nem besteiras.
Joana quer o balanço.
Quer o ar e a mangueira.
Leva a vida por essas cordas
Que balançam o seu sonhar.
Quer o vento no sorriso.
Joana pensa em calar.
E cala por um momento
Longo e tenso de crescer.
De entender que a infância,
Os primeiros passos de uma vida,
Passa pra nunca mais.
Mas a brincadeira
A velha companheira,
Essa, o tempo não desfaz.
Joana cresceu.
Envelheceu.
E ainda brinca de viver.

[Aline Sampin